
Por razões caseiras, vi-me a reler OS MAIAS.
Apesar de ser uma das poucas obras realmente interessantes que os variados ministérios da educação têm mantido nos programas, dei por mim a pensar que talvez fosse apenas um bom livro que não lia há muito tempo.
OS MAIAS não é apenas um bom livro, é um Grande Livro. Talvez o melhor romance alguma vez escrito em Portugal. É por isso que se aguenta tantos anos depois. É também por isso que mal o começamos a ler nos esquecemos das marcas de temporalidade: levamos com as carruagens nas suas tipologias mais variadas, nos francesismos e anglicismos e não nos queixamos. Melhor: até gostamos.
Este romance que li pela primeira vez aos 16 anos, interessa-me tanto como na primeira vez. Faz-me rir e emociona-me como no primeiro dia. E isso, muitos milhares de livros depois, é obra.
Honestamente, não me parece que haja um único escritor contemporâneo (e podemos andar décadas para trás) que lhe chegue aos calcanhares. Todos penamos para ser originais, dominar a língua (as línguas, nalguns casos) o melhor possível, mas ser Eça, fica muito para lá do Equador. Dessa linha imaginária que separa os que se acham escritores ou até ganham fama e fortuna nesse equívoco e os que são, por mais que o tempo passe sobre o seu trabalho.
Agora peço desculpa, mas tenho de ir concluir um trabalho, e estou com pressa de voltar ao Ramalhete.
5 comentários:
foi este livro que me fez leitora. devorei-o. e devorei-o mais duas vezes mesmo antes de acabar o ensino secundário :)
E Deus sabe como até hoje ainda não paraste ;)
Abr.
Os Mais - sim, um Grande Livro. E eu, que não gosto de usa a expressão definitiva "é este o que mais gosto" arrisco a usá-la no caso d'Os Maias. Incontornável. E aquela gente existe entre nós. Intemporal,de facto.
uma droga é uma droga é uma droga :D
e o Eça uma má influência ;))
Li os Maias em 3 dias quando andava no liceu, voltei a lê-lo anos mais tarde e achei-o tão intenso e apaixonante como da primeira vez. Ao ler este post fiquei com uma vontade enorme de regressar ao Ramalhete.
Obrigada.
Joana
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